Resumo:
O entrevistado iniciou sua trajetória política no grêmio estudantil do Colégio Anchieta e depois na Faculdade de Direito da PUC. Atuou também na Juventude Democrática Social (PDS), mas destaca que sua militância estudantil era plural e sem vinculação direta com partidos. A política esteve presente desde a infância, fortemente influenciado por seu pai, que foi vereador em Porto Alegre e sempre teve uma postura equilibrada, mesmo em tempos de radicalismo. Seu pai iniciou no PSD e fez carreira política após começar como policial e depois advogado. O entrevistado, ao contrário, decidiu retornar à cidade natal, Cachoeira, para recomeçar como vereador, após uma derrota eleitoral do pai. Atuava como professor universitário e advogado, e atribui a construção de sua base eleitoral à tradição familiar, relações pessoais, vida profissional e participação em clubes e associações. Elegeu-se vereador em 1989 e deputado estadual em 1990. Destacou-se como líder de bancada e relator da CPI da Propina em 1994, o que o levou a ser eleito, por unanimidade, presidente da Assembleia Legislativa, sendo o mais jovem a ocupar o cargo e o primeiro filho de ex-presidente da casa a repetir o feito. Sua base eleitoral cresceu de Cachoeira para a Fronteira Oeste e outras regiões a partir do segundo mandato, por meio da liderança partidária e participação ativa em campanhas municipais. Critica práticas assistencialistas de alguns parlamentares, bem como o modelo de deputado "regional-municipal", que depende de favores pessoais. Defende um modelo parlamentar focado em políticas públicas e na elaboração de leis, considerando-se parte de uma categoria de deputados voltados à função institucional do parlamento, embora admita que esse perfil esteja em declínio.