Resumo:
A liderança política da entrevistada, Luciana Genro, baseia-se em uma forte herança familiar, principalmente através de seu pai, Tarso Genro, e em sua militância desde a adolescência. Iniciou sua atuação política aos 14 anos em mobilizações estudantis no Colégio Júlio de Castilhos e, mais tarde, no curso de Direito da PUC. Participou ativamente dos núcleos estudantis do PT e da Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST), que considera responsável por sua eleição como deputada estadual, cargo no qual foi a mais jovem eleita no estado com 17.254 votos. Apesar da visibilidade, Luciana declara não ser autônoma em relação à sua corrente política e se vê como uma "intrusa" no parlamento, cuja lógica diz não compartilhar. Entende seu papel como o de denunciar injustiças e trazer os conflitos sociais para dentro da Assembleia, principalmente nas áreas de direitos humanos, sonegação fiscal e privatizações. Acredita que a atuação parlamentar tradicional é distante dos reais problemas sociais e dominada por uma visão assistencialista, voltada a interesses regionais e não a debates mais amplos. Luciana também critica a falta de debate efetivo no plenário, o baixo poder das comissões como a de Cidadania e Direitos Humanos (da qual é vice-presidente) e o desequilíbrio entre o orçamento destinado a políticas sociais e o espaço que essas pautas ocupam no legislativo. Sua identidade política está fortemente vinculada aos movimentos sociais, mais do que ao próprio parlamento.