Resumo:
Responde a críticas do coronel Mindelo, presidente da COFAP, sobre sua posição em relação ao controle de preços. Mindelo acusa Corção de ser um "neo-liberal" e desvinculado dos ensinamentos da Igreja por questionar a legitimidade dos controles de preços impostos pelo governo. Refuta essa acusação, esclarecendo que sua filosofia não é de total rejeição à intervenção governamental, mas sim que tal intervenção deve ser rara e excepcional. Argumenta que a intervenção do governo no mercado só é justificável se for apoiada pela maioria da população e se a crise não tiver sido causada pelo próprio governo. Menciona o exemplo da Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, que implementou tabelamentos de víveres com aceitação popular, uma situação que não se aplica ao Brasil atual. No contexto brasileiro, o governo é criticado por ter criado a crise econômica e, portanto, não tem legitimidade para impor controles de preços. Critica a administração do governo por seu gasto desordenado e ineficiência, sugerindo que, antes de controlar preços, o governo deveria começar por tabelar seu próprio comportamento e despesas excessivas. Questiona a falta de seriedade e sacrifício por parte do governo e propõe que o foco deveria estar na redução de despesas supérfluas, como gastos com projetos militares e instalações públicas. Conclui afirmando que, devido a essas falhas, não pode oferecer sua admiração ou respeito ao governo e à COFAP.