Abstract:
Explora a postura do então Presidente Juscelino Kubitschek em relação ao desenvolvimento e à transformação do Brasil, especialmente com a construção de Brasília e a rodovia Belém-Brasília. Argumenta que, apesar dos problemas econômicos e financeiros evidentes, Juscelino parece imperturbável e até entusiástico, o que leva Corção a concluir que o presidente acredita sinceramente na grandeza do projeto e no futuro promissor que ele promete. Sugere que Juscelino, ao se dedicar fervorosamente à construção de Brasília, desenvolveu uma crença dogmática que o defende das inquietações comuns, permitindo-lhe ignorar os problemas cotidianos e justificar os excessos e irregularidades associados à sua administração. Essa crença inabalável o faz ver qualquer problema como um sacrifício necessário para um bem maior, algo que ele considera parte inevitável do processo de construção de uma nova era para o Brasil. Também compara essa visão com a atitude dos grandes artistas e políticos que, ao se verem envolvidos em empreendimentos grandiosos, se sentem além das normas comuns e justificados em suas ações, por mais questionáveis que sejam. Expressa preocupação com a possibilidade de que, à medida que a corrupção e a desordem aumentem, Juscelino possa buscar novas soluções e projetos para justificar e desviar a atenção dos problemas, potencialmente exacerbando ainda mais a situação.