Abstract:
Critica a visão reducionista que atribui o subdesenvolvimento exclusivamente a fatores econômicos, defendendo que o fenômeno é mais complexo e envolve também aspectos morais, políticos e culturais. Argumenta que a ênfase no economicismo desumaniza os países subdesenvolvidos, agravando suas condições ao ignorar fatores essenciais como a educação, a cultura e a maturidade cívica. Ressalta que nos países subdesenvolvidos, as instituições são frequentemente geridas por líderes medíocres, e os problemas vão além da economia, incluindo aspectos como alta mortalidade infantil, analfabetismo, condições precárias de higiene, e a desvalorização dos serviços públicos. Critica o nacionalismo exacerbado, que ele vê como um desvio da atenção para fatores externos, enquanto ignora os fatores internos, que são os verdadeiros responsáveis pelo atraso. Exemplifica com o Brasil, argumentando que os problemas internos, como a falta de vergonha na cara e a desordem nos serviços públicos, são mais prejudiciais que qualquer pressão externa. Conclui que a solução para o subdesenvolvimento passa por uma transformação moral e cívica da sociedade, e não apenas por medidas econômicas ou pela busca de inimigos externos.