Abstract:
Critica o programa de metas presidenciais, particularmente a meta de expansão da energia elétrica. Argumenta que, apesar das promessas grandiosas e discursos inspiradores, a realidade é bem diferente. A meta oficial para a energia elétrica, conforme o "Plano de Desenvolvimento Econômico", preconiza a instalação de 2 milhões de quilowatts adicionais até 1960 e mais 3 milhões até 1965. No entanto, essa meta foi exagerada nas declarações públicas, que prometiam um ritmo muito mais acelerado de progresso. Aponta que, ao invés de atingir ou superar o ritmo de crescimento do governo anterior, o atual governo não conseguiu sequer alcançar o mesmo nível de expansão. A produção de energia elétrica aumentou menos do que no período anterior, com a instalação de apenas pequenas parcelas da meta prometida. Além disso, destaca que o governo se apropria da autoria de projetos que foram na verdade realizados por iniciativas privadas e pela própria sociedade. Critica a forma como números futuros e projetados são somados aos reais, criando uma impressão enganosa de progresso. A prática de misturar capacidades reais com projeções e sonhos futuros é vista como um blefe. Também observa que o governo, ao tomar crédito pelo que deveria ser uma atividade da sociedade, acaba se apresentando de forma desonesta. A conclusão é que, apesar das promessas, o governo não só falhou em cumprir suas metas como também distorceu a realidade para criar uma imagem de sucesso que não corresponde aos resultados efetivos.