Abstract:
Explora a complexidade do conceito de matéria a partir da tradição aristotélico-tomista. A teoria aristotélica, baseada no hilemorfismo, postula que a matéria e a forma são princípios fundamentais para entender o mundo físico. A matéria é descrita como um substrato ininteligível, enquanto a forma é a determinação que define a identidade das coisas. Destaca que a noção aristotélica de matéria é obscura e não é facilmente compreendida por si só. A matéria é vista como uma capacidade pura de ser, mas não se atualiza sem a intervenção de uma forma determinante. A partir dessa base, critica a visão moderna que sobrevaloriza a matéria. Argumenta que, embora a física moderna se concentre em explorar o mundo subatômico e suas complexidades, essa abordagem não aproxima a ciência da compreensão da matéria prima aristotélica. Segundo ele, a física moderna, ao estudar partículas como elétrons e prótons, não está realmente mais próxima da matéria primordial, pois a matéria, como concebida por Aristóteles, escapa à análise empírica e à investigação científica. Também refuta a ideia de que a física moderna segue a linha de pensamento de Tales de Mileto sobre a busca de um elemento primordial. Argumenta que, na verdade, a física contemporânea revela uma complexidade crescente sem revelar um substrato único de que todas as coisas seriam compostas. Assim, a matéria, conforme definida pela tradição aristotélica, permanece um conceito profundamente obscuro e inatingível para a ciência empírica moderna.