Resumo:
Explora a discussão filosófica sobre as qualidades sensíveis e a divisão entre realistas e nominalistas. Inicia com a teoria aristotélica sobre qualidades sensíveis, distinguindo entre "sensíveis próprios", percebidos por um único sentido, e "sensíveis comuns", percebidos por vários sentidos, como tamanho e forma. Aristóteles criticou os atomistas, que explicavam as qualidades sensíveis apenas pelos movimentos dos átomos e sua disposição, negando a existência objetiva das cores e outras qualidades. Examina como os atomistas como Demócrito e Lucrécio influenciaram o pensamento moderno, onde filósofos como Hobbes e Descartes também negaram a existência objetiva das qualidades sensíveis, reduzindo-as a propriedades quantitativas. Locke, por exemplo, dividiu qualidades sensíveis em primárias e secundárias, rejeitando a objetividade das qualidades secundárias. Debate a diferença entre o realismo e o idealismo, argumentando que a visão realista, que aceita a existência das qualidades sensíveis, é mais adequada do que o idealismo, que vê essas qualidades como meras projeções da mente. Critica a tendência moderna de reduzir o mundo a causas materiais, desconsiderando a presença de formas e inteligibilidade no universo. Conclui afirmando que essa visão materialista distancia o mundo de seu Criador e subestima a importância das qualidades sensíveis na percepção da realidade. Sugere que a verdadeira compreensão do mundo requer reconhecer a presença de um propósito e uma ordem divina, como expressado na poesia de Camões.