Resumo:
Faz uma análise crítica e irônica do carnaval no Brasil. Descreve o carnaval como um evento complexo e multifacetado, difícil de definir. Observa que a festa, que deveria ser de descontração e alegria, muitas vezes assume tons sérios e quase obrigatórios, refletindo uma espécie de "dever social" para o povo brasileiro. Destaca a seriedade com que a mídia, as autoridades e até as famílias tratam o evento, contrastando isso com a superficialidade da "brincadeira" carnavalesca. O carnaval é visto como uma fuga da realidade, onde todos, desde as crianças até os políticos, participam de um ritual coletivo que, paradoxalmente, parece tanto uma celebração quanto uma imposição. Também menciona a maneira como o carnaval é tratado pelos jornais e pela televisão, que cobrem o evento com uma seriedade desproporcional, dando-lhe uma importância quase cerimonial. Conclui que o carnaval oferece ao povo um momento de destaque e união, mas que essa "importância" é passageira, voltando tudo à rotina logo após o término do evento. Sugere que o carnaval é uma válvula de escape para as frustrações do povo, que, ao final, retoma sua vida cotidiana, carregada de paciência e resignação, aguardando o próximo carnaval.