Abstract:
Aborda a questão do hipermoralismo na política e suas críticas à filosofia maquiavélica. Examina a concepção de Jacques Maritain sobre o hipermoralismo, que ele define como uma atitude farisaica que recusa qualquer contato com as impurezas do mundo e a política prática. Maritain argumenta que a moral política é distinta da moral privada e exige mais do que a simples pureza de intenções; é necessário também o conhecimento prático e a disposição para lidar com a realidade imperfeita da política. Critica o uso incorreto de Maritain para justificar posições intransigentes e realistas na política. Menciona que, ao contrário do maquiavelismo, que é a filosofia do sucesso imediato e ilusório, o verdadeiro moralismo político deve aceitar a coexistência e a cooperação, mesmo com elementos impuros, se isso serve ao bem comum. Também responde a uma entrevista em que Aliomar Baleeiro usa o conceito de hipermoralismo para criticar a postura dos udenistas em relação a alianças políticas. Denuncia a aplicação distorcida dessa filosofia para justificar a aproximação com indivíduos questionáveis, como Adhemar de Barros. Defende que a verdadeira moral política exige uma postura equilibrada e prudente, sem cair na armadilha do hipermoralismo, que se distancia da realidade prática e das exigências políticas.