Resumen:
No discurso de Diamantina, o Presidente Juscelino Kubitschek abordou a ideia de traição à pátria, argumentando que a traição mais grave não é apenas a que despoja o país de seus bens materiais, mas também a que renega suas origens espirituais e crenças. O discurso parece ser uma resposta ao alvoroço causado pela presença do comunista Luiz Carlos Prestes no cenário político brasileiro. Kubitschek critica o que chama de traição aos valores espirituais e à pátria, associando o comunismo a essas ideologias exóticas que ameaçam o ideal superior da nação. Corção analisa essa declaração, questionando a quem o Presidente se dirige e apontando a possível hipocrisia na situação. Destaca que, apesar da retórica presidencial contra as ideologias comunistas, o próprio governo de Kubitschek recebeu apoio de Prestes e do Partido Comunista no passado. Esse apoio, diz ele, representa uma troca de favores políticos, onde o prestígio é reciprocado. Expressa preocupação com a forma como a opinião pública e os meios de comunicação reagem a eventos políticos, sugerindo que a psicologia coletiva está mais influenciada por publicidade e imagens do que por valores racionais. Critica a superficialidade das reações e a falta de coerência nas ações políticas, e reflete sobre a possibilidade de que o discurso de Kubitschek seja uma tentativa de reafirmar valores nacionais em resposta ao crescente prestígio do comunismo, enquanto observa uma certa ambiguidade na política e na moralidade envolvidas.