Resumo:
Aborda um incidente ocorrido em 28 de outubro de 1957, quando um destacamento de paraquedistas atacou o 5.º Distrito Policial em plena luz do dia. O grupo, composto por oficiais e praças, depredou o local, agrediu funcionários e deixou uma cena de caos e destruição. O ataque foi testemunhado por uma multidão, incluindo advogados e juízes. A investigação militar do caso, liderada pelo general Justino Alves Bastos, não resultou em punições devido à "barreira de silêncio" dos militares envolvidos, que se recusaram a identificar os responsáveis. O processo foi encerrado por falta de provas, e a situação não recebeu a devida atenção pública ou repercussão. A reação das instituições e da opinião pública foi desproporcional: enquanto estudantes e políticos estavam mais focados em questões externas e outras polêmicas, como o petróleo e o Oriente Médio, o ataque ao 5.º Distrito foi minimizado e rapidamente esquecido. O deputado Adauto Cardoso fez um discurso apontando a desmoralização da ordem jurídica, mas sem efeito prático. Critica a falta de seriedade com que o caso foi tratado, ressaltando a hipocrisia na forma como a dignidade do país é defendida apenas em termos internacionais. Conclui que, apesar das declarações de punição, o caso do 5.º Distrito permanece sujo e ignorado, mostrando a hipocrisia e a falta de responsabilidade cívica no tratamento dos problemas internos do Brasil.