Resumo:
Critica a prisão de renomados intelectuais portugueses pelo regime de Salazar, destacando a arbitrariedade e a brutalidade do totalitarismo. Salazar, conhecido por seu governo autoritário, prendeu quatro ilustres cidadãos — o historiador Jaime Cortezão, o ensaísta Antonio Sérgio, o professor Mario de Azevedo Gomes e o professor Vieira de Almeida. A justificativa oficial foi a distribuição de materiais subversivos, mas Corção sugere que a verdadeira razão é o medo que Salazar tem de figuras intelectuais de prestígio e sua aversão a críticas. Aponta que o regime totalitário, por ser essencialmente sádico e estúpido, recorre à repressão de pessoas influentes e de grande valor, como já ocorreu em outros regimes tirânicos. Faz uma comparação com os regimes fascista e nazista, que também perseguiram intelectuais, e reflete sobre a natureza do totalitarismo. Expressa uma crítica à situação, afirmando que a prisão desses intelectuais é uma forma de a opressão totalitária afirmar seu controle. Sugere que a perseguição tem uma ressonância global, comparando a situação com o tratamento de escritores na Rússia. Além disso, expressa um sentimento de lamento e indignação, chamando a atenção para a hipocrisia e a crueldade do regime português. Conclui com um apelo, ironizando a possibilidade de que Portugal envie esses intelectuais para o Brasil, onde seriam mais valorizados, ao mesmo tempo que critica a indiferença dos líderes brasileiros para com os intelectuais perseguidos.