Resumo:
Reflete sobre os resultados eleitorais recentes, evidenciando um sentimento de desencanto apesar das vitórias de Carvalho Pinto e Afonso Arinos. Embora a derrota de Ademar de Barros e Lutero Vargas em São Paulo e no Rio Grande do Sul possa parecer um sinal positivo, expressa dúvidas sobre a real saúde política do país. Destaca que, para que um candidato honesto e competente vencesse, foi necessário o esforço publicitário de figuras como Jânio Quadros e Carlos Lacerda. Critica a superficialidade do otimismo gerado pela vitória eleitoral e argumenta que a qualidade do povo e suas verdadeiras preferências políticas não se refletem apenas nas urnas. Em São Paulo, quase metade da população ainda apoia Ademar, e no Rio, muitos votaram em Lutero, mostrando que esses grupos não desapareceram. A dificuldade em erradicar atitudes e ideologias indesejáveis revela que o problema é mais profundo e que a mudança efetiva exige um trabalho contínuo e educacional, e não apenas campanhas eleitorais. Também critica o resultado das eleições municipais, onde, apesar da falta de campanhas emocionais, candidatos de baixa qualidade ainda obtiveram votação expressiva. Conclui que, ao contrário do futebol, onde o resultado final marca o fim da competição, na política o resultado eleitoral é apenas o começo, e o verdadeiro desempenho dos eleitos será avaliado com o tempo.