Abstract:
Argumenta que o avanço tecnológico, exemplificado pelos satélites soviéticos, não prova a bondade ou a eficácia do regime soviético. Critica a tendência de avaliar a qualidade de um regime baseado em suas conquistas tecnológicas, argumentando que o progresso técnico não é um indicador absoluto de felicidade ou justiça social. Afirma que o marxismo já havia contestado a ideia de que os avanços científicos sob regimes capitalistas seriam uma prova de sua superioridade. Ressalta que, embora os satélites sejam um feito técnico impressionante, eles não refletem necessariamente a qualidade de vida sob o regime soviético. Compara o progresso técnico à evolução da ciência, destacando que grandes realizações técnicas não indicam necessariamente superioridade cultural ou científica. Critica o culto ao sucesso e ao prestígio, observando que muitas vezes o progresso técnico é mais um reflexo da capacidade de mobilização de recursos do que de um avanço genuíno. Também critica a propaganda soviética que exagera as conquistas tecnológicas como uma prova de superioridade política, e a forma como o Ocidente, especialmente os Estados Unidos, reage a essas realizações com uma combinação de inveja e vaidade. Argumenta que a verdadeira ciência e progresso não se medem apenas pelos feitos espetaculares, mas pela contribuição mais silenciosa e fundamental ao conhecimento humano. A conclusão é que a admiração pelos satélites russos não deve obscurecer a necessidade de avaliar o regime com base em critérios mais substanciais e humanos.