Resumen:
Aborda a discussão contemporânea sobre o voto dos analfabetos e a influência dos meios de comunicação modernos, especialmente o rádio, na formação da opinião pública. Reflete sobre a argumentação de Raquel de Queiroz, que defende a concessão do direito de voto aos analfabetos com base na premissa de que a educação não se limita à leitura, mas também à informação obtida através do rádio e da televisão. Questiona a validade dessa argumentação, apontando que, apesar da importância do rádio na disseminação de informações, ele não substitui a educação formal e o contato humano, que são essenciais para a verdadeira compreensão e análise crítica. Critica a ideia de que o rádio possa compensar a falta de alfabetização e argumenta que a cultura transmitida pelo rádio, embora acessível, não é suficiente para garantir uma formação política e crítica adequada. Também destaca a diferença entre o impacto da palavra falada e a escrita, observando que a força emocional do rádio pode levar a uma absorção passiva e desinformada das informações, enquanto a leitura permite uma reflexão mais profunda e crítica. Conclui que a alfabetização continua sendo crucial para um eleitorado bem informado e que a concessão de voto aos analfabetos, sem a devida formação, pode resultar em uma população mais suscetível à demagogia e manipulação. Portanto, defende que a educação e a alfabetização devem ser prioritárias para garantir um sistema democrático saudável.