Resumo:
Aborda os receios infundados que certos setores do trabalhismo brasileiro têm em relação à democratização do país, temendo que ela pudesse ameaçar ou restringir a legislação social conquistada durante a ditadura. Argumenta que essas conquistas, como a legislação trabalhista e o voto secreto, não foram resultados diretos da ditadura, mas sim da Revolução de 1930, que abriu caminho para reformas sociais ao derrubar as oligarquias que se opunham a elas. Destaca que essas reformas já faziam parte de programas democráticos anteriores à ditadura, como o da Aliança Liberal, e que a própria democracia é a responsável por sustentar e concretizar esses avanços. Critica a visão de que a ditadura foi essencial para tais conquistas e reitera que a democracia não destruirá o que foi alcançado, pois, durante o interregno democrático entre as duas ditaduras de Getúlio Vargas, as reformas sociais não foram ameaçadas. Cita o jurista mexicano Mario de La Cueva para reforçar que a liberdade política não deve ser trocada por medidas de proteção ao trabalho.