Abstract:
Critica a hipocrisia da Ditadura de Getúlio Vargas, que durante os seis anos de guerra não se preocupou em combater os trusts e monopólios, enquanto os preços dos produtos essenciais subiam e o lucro de certos industriais atingia níveis alarmantes. Argumenta que, apesar de ter se associado aos lucros extraordinários, a Ditadura não fez nada para proteger o povo, apenas beneficiou-se dos danos causados pela crise. Destaca que a política dos monopólios semioficiais favoreceu grandes exploradores, enquanto a verdadeira política econômica do governo era desastrosa. Questiona por que Vargas agora se opõe aos monopolistas, sugerindo que essa mudança de postura é motivada por interesses demagógicos e eleitorais, visando enganar as classes populares e desviar a atenção das suas práticas autoritárias. Ressalta que o recente decreto-lei de Vargas, apresentado como uma medida contra os monopólios, é na verdade uma manobra política. Afirma que a verdadeira intenção é controlar a economia e silenciar a imprensa crítica, transformando-a em um instrumento para os interesses eleitorais da Ditadura. O decreto representa o absoluto arbítrio de Vargas, destruindo a independência do Judiciário e permitindo que qualquer grande empresa seja manipulada politicamente. Conclui que Vargas não deseja eleições livres, mas sim a manutenção do seu poder absoluto.