Resumo:
Argumenta que o sistema presidencial é um fator inegável de revoluções na América Latina, apoiando sua tese na experiência histórica dos países ibero-americanos e na análise de Maurício de Medeiros em "Outras Revoluções Virão". Critica a superficialidade dos defensores do presidencialismo que tentam desviar a culpa das revoluções para regimes parlamentares, como na Itália e na Alemanha, alegando que revoluções podem surgir de diversas causas, e não apenas do tipo de regime. Destaca que, embora revoluções possam ocorrer em qualquer sistema, a natureza do presidencialismo torna-se propensa a crises. Usa os Estados Unidos como um exemplo de um regime menos presidencialista, onde a Suprema Corte e um parlamento forte garantem um equilíbrio de poder, evitando a necessidade de revoluções. A estabilidade política lá se deve à alternância de dois poderosos partidos, o que reduz a tensão e os conflitos. A análise revela que as revoluções frequentemente ocorrem quando os meios legais falham e a vontade do presidente se impõe sobre os outros poderes, levando a um dilema para a nação: submeter-se ou se rebelar. Portanto, ele conclui que há uma relação direta entre o sistema presidencial e as crises políticas do Brasil, afirmando que, se mantido o mesmo regime, novas revoluções são inevitáveis, especialmente diante das atuais dificuldades econômicas e sociais herdadas da ditadura.