Resumo:
Discute a dicotomia entre a vida privada e a vida pública do indivíduo na democracia, destacando que cada esfera possui interesses distintos. Na esfera privada, o cidadão busca seus próprios interesses, enquanto, na esfera pública, seu foco deve ser o bem coletivo. Ilustra essa dinâmica com o exemplo dos impostos, onde, apesar de sua aversão ao pagamento, muitos cidadãos reconhecem a importância deles para a coletividade. Critica a confusão entre interesses privados e públicos, resultante de dois fenômenos: a representação profissional e os partidos de classe. Argumenta que, ao prevalecerem os interesses de grupos específicos, como os rurais, a democracia se transforma em uma arena de choques de interesses, o que compromete seu funcionamento. Em contrapartida, os partidos políticos devem integrar interesses particulares sob uma visão mais ampla do bem comum, permitindo a inclusão de diversos segmentos sociais. Destaca que, embora os interesses de diferentes classes sociais sejam legítimos, sua expressão não deve se dar por meio de partidos políticos, mas sim através de sindicatos e associações. Essa distinção é essencial para garantir que a democracia funcione efetivamente, evitando a predominância de interesses particulares sobre o coletivo, assegurando que o foco permaneça no bem-estar da sociedade como um todo.