Resumen:
Responde à carta do professor Raul Gomes, catedrático da Faculdade de Direito do Paraná, que defende o sistema presidencialista, propondo um debate sobre o regime político no Brasil. Reconhece a disposição liberal do professor Gomes, que admite discutir a questão política, mas contesta sua defesa do presidencialismo, apontando as falhas desse sistema em comparação com o parlamentarismo. Afirma que os problemas da Monarquia, frequentemente citados como justificativa para a República, eram pequenos perto das falhas graves do regime presidencialista. Embora a Monarquia tenha apresentado vícios, como a prática de reformas pelos adversários, destaca que ela permitiu reformas pacíficas que na República seriam realizadas somente por revoluções. Além disso, ele refuta a crítica às mudanças no funcionalismo público durante a Monarquia, explicando que as demissões eram naturais no sistema político da época e não tão frequentes quanto se alegava. Também discute o argumento de Gomes sobre o presidencialismo não ter sido bem praticado, sugerindo que o fracasso desse sistema no Brasil é uma evidência de sua inadequação ao país. Compara a constituição imperial, que apesar de não ser parlamentarista, permitiu o parlamentarismo, com a constituição republicana, que é detalhadamente presidencialista e não conseguiu ser eficaz. Conclui sua resposta chamando a atenção para a necessidade de adotar um sistema mais adequado à realidade brasileira, propondo o parlamentarismo como solução.