Abstract:
Aborda a controvérsia em torno da concessão da Loteria Federal, destacando o intenso debate sobre a anulação de uma concorrência pelo ministro responsável. Afirma que a disputa em questão, embora intensa, é um simples conflito comercial, em que diferentes partes buscam prevalecer usando diversos argumentos, alguns mais éticos e outros menos. No entanto, foca em um aspecto mais relevante: a proposta que apresentou ao Congresso para que a exploração das loterias fosse concedida a entidades autônomas, com os lucros direcionados integralmente para a assistência social. Critica a atuação do governo, que, em vez de considerar esse projeto, optou por abrir uma nova concorrência para a concessão, ignorando a proposta de prorrogação do contrato vigente até uma decisão definitiva do Congresso. Aponta que, no Brasil, como em regimes anteriores, a principal função dos governos é distribuir favores e privilégios a amigos e aliados, o que justifica a disputa acirrada por esses benefícios. A falta de consideração por alternativas mais sociais e justas reflete a persistência de práticas políticas clientelistas no país.