Resumen:
Analisa a influência indevida dos presidentes brasileiros sobre a escolha de seus sucessores, uma prática que ele considera uma das maiores falhas do regime. Destaca que, embora fosse compreensível essa interferência em presidentes políticos, ela é inaceitável quando se trata de um presidente militar, como Eurico Gaspar Dutra, que nunca teve envolvimento com a política partidária antes de assumir o cargo. No entanto, Dutra tem se mostrado altamente interventor na questão sucessória, começando de forma dissimulada e depois mais abertamente, tentando manter a aparência de neutralidade. Atribui essa postura à "máxima maquiavélica" aprendida durante a ditadura, onde a simulação e dissimulação eram práticas comuns. Também aponta que o sistema presidencialista brasileiro, com seu poder concentrado e irresponsável, cria uma solidariedade de interesses escusos, onde o presidente precisa garantir a continuidade de seus aliados no poder, especialmente aqueles que o apoiaram. Essa dinâmica explicaria o naufrágio das candidaturas que surgiram nos partidos, já que nenhuma delas era conveniente para Dutra e seus apoiadores. Conclui com a dúvida sobre até onde o presidente levará esse jogo político.