Resumen:
Aborda a morte de Mackenzie King, ex-primeiro-ministro do Canadá, para destacar a eficácia do sistema parlamentar. Argumenta que a estabilidade do governo não depende exclusivamente do sistema constitucional, mas das condições políticas do país. No caso do Canadá, a longa liderança de King, com uma personalidade forte e o domínio de um partido preponderante, demonstrou que a continuidade no poder pode ocorrer de forma estável e até monárquica, se o líder for competente e respeitado. Aponta que o sistema parlamentar é caracterizado pela mutabilidade, ou seja, o governo não tem um prazo fixo, o que permite a mudança de liderança sem crises prolongadas. A instabilidade não é uma característica do sistema parlamentar, mas sim a flexibilidade para mudanças. A cláusula fundamental desse sistema é a ideia de que o governo "serve enquanto bem servir", o que leva a uma maior responsabilidade dos governantes. Conclui que, ao contrário do que defendem alguns críticos do sistema parlamentar, a verdadeira estabilidade não é necessariamente aquela garantida pelo sistema presidencialista, que, em certos casos, pode ser “para o mal”, como afirma Medeiros de Albuquerque.