Resumo:
Critica a inversão do processo democrático no Brasil, onde o governo, em vez de ser resultado das eleições, passa a ser o responsável por elas. No regime democrático verdadeiro, as eleições devem determinar o governo, como acontece no sistema parlamentar, onde o governo é questionado constantemente pelo apoio popular. No entanto, aponta que, no Brasil, o governo é quem organiza e influencia o processo eleitoral, moldando a vitória de um candidato. A situação é particularmente visível nas candidaturas de Cristiano Machado, em que seus apoiadores esperam que o governo utilize sua estrutura administrativa para garantir sua vitória. Observa que, mesmo com essa distorção, muitos não percebem o vício no sistema, aceitando a manipulação do processo eleitoral como algo normal. Critica a manipulação do Catete (o Palácio do Governo) e o uso da máquina pública para garantir a vitória de certos candidatos, denunciando a falta de uma verdadeira democracia no país. Finaliza questionando se, diante desse cenário, o governo de Eurico Dutra tomará a decisão de garantir uma eleição limpa e honesta ou se continuará com a política da sucessão, que distorce o funcionamento democrático.