Abstract:
Destaca a Incompatibilidade entre o presidencialismo e a representação proporcional, enfatizando que a multiplicidade partidária inviabiliza um governo estável no atual sistema político. Citando a carta de Otávio Mangabeira a Eduardo Gomes, ele aponta que a falta de um partido majoritário dificulta o apoio ao chefe do executivo, gerando crises governamentais. Diante desse cenário, apresenta duas alternativas: abandonar a representação proporcional e adotar o sistema Majoritário, como propõe Gustavo Capanema, ou substituir o presidencialismo por um modelo de governo parlamentarista, mais democrático e compatível com a diversidade partidária. Critica a primeira opção, argumentando que um sistema eleitoral majoritário restringe a representação política e desvirtua a democracia, pois exclui correntes relevantes da opinião pública. Para ele, um governo democrático deve refletir o embate de ideias, e não sufocá-las em nome da governabilidade. Assim, defende que a única solução verdadeiramente democrática seria a reforma parlamentarista, pois garantiria um governo coletivo e responsável. No entanto, ele expressa ceticismo quanto à sua implementação, pois muitos políticos estão mais preocupados com a conquista e manutenção do poder pessoal. Encerra com uma reflexão sobre a possibilidade de uma solução mais radical, insinuando que a história pode trazer mudanças inesperadas caso os políticos não tomem o rumo correto.