Resumen:
Analisa as contradições nas alianças partidárias no Brasil, destacando a ausência de partidos verdadeiramente ideológicos. Segundo ele, as siglas políticas são meros sindicatos eleitorais, movidos exclusivamente pela disputa do poder e suas vantagens. A facilidade com que se formam alianças entre grupos antes rivais demonstra a falta de compromisso com princípios e ideias, evidenciando a falência dos partidos nacionais. Argumenta que essa situação não é culpa das legendas em si, mas do sistema político vigente, que impossibilita o desenvolvimento de partidos autênticos. Ele traça um paralelo com a época da Monarquia, quando existiam partidos nacionais estruturados, e a República, onde essas organizações desapareceram, dando lugar a coligações oportunistas. Para ele, esse fenômeno ocorre porque a política brasileira gira em torno de homens e posições, e não de ideias e soluções. O presidencialismo centralizador transforma o chefe do Executivo no eixo absoluto do poder, tornando princípios políticos irrelevantes e até inconvenientes. Assim, os partidos se ajustam ao cenário, formando alianças pragmáticas sem coerência ideológica. Conclui que o problema central está no sistema presidencialista, que favorece personalismos e impede a consolidação de partidos sólidos. A responsabilidade pelo cenário caótico não é das siglas, mas da estrutura política que perpetua essa lógica.