Abstract:
Argumenta que, embora algumas questões políticas pareçam separadas, existe uma identidade profunda entre a política nacional e a estadual. Ele reafirma que partidos nacionais verdadeiros não existem no Brasil, pois o regime presidencialista os torna instáveis. No entanto, a interferência mútua entre os âmbitos federal e estadual é inegável, tornando incoerente a adoção de posturas políticas divergentes em cada esfera. Para exemplificar, ele menciona a candidatura de Eduardo Gomes à presidência da República e de Edgar Schneider ao governo do Rio Grande do Sul. Segundo ele, ambas compartilham a mesma inspiração política, mesmo pertencendo a legendas distintas (União Democrática Nacional e Partido Libertador). Assim, quem apoia um deveria, naturalmente, apoiar o outro. Em contrapartida, ele questiona por que os eleitores que escolhem Cilon Rosa no âmbito estadual não votariam em Cristiano Machado na esfera federal, já que ambos pertencem ao PSD e seguem a mesma lógica utilitária. Da mesma forma, ele ironiza a posição de udenistas que apoiam Ernesto Dorneles, mas rejeitam Getúlio Vargas, demonstrando a falta de coerência ideológica no cenário político. Conclui que, no Brasil, a política é um mosaico de interesses locais sem unidade ideológica, reforçando sua crítica ao presidencialismo, que perpetua essa fragmentação e impede a consolidação de partidos políticos nacionais reais.