Resumen:
Discute a multiplicidade partidária como um fenômeno moderno e inevitável, decorrente da crescente complexidade da vida política e social. Argumenta que, no passado, as pessoas podiam ser facilmente divididas em dois grupos principais, mas hoje as diversas questões sociais exigem múltiplas soluções, fazendo com que dois ou três partidos não sejam mais suficientes para representar a população. Exemplificando com a Inglaterra e os Estados Unidos, observa que o número de partidos nesses países cresceu, enquanto no Brasil, o problema não é a quantidade, mas a falta de verdadeiros partidos. Em vez disso, há muitas "legendas" com objetivos semelhantes, o que dificulta a formação de partidos ideológicos genuínos. Critica a proposta de retornar ao sistema majoritário para resolver esse problema, afirmando que isso sufocaria qualquer tentativa de formar partidos verdadeiros e resultaria na concentração de poder. Propõe, em vez disso, a adoção de um sistema parlamentar, que, segundo ele, é mais adequado para acomodar múltiplos partidos e promover uma verdadeira representação das correntes de opinião. No sistema parlamentar, os partidos seriam compostos por ideologias claras, e o governo seria formado com base no apoio das correntes parlamentares. Em contraste, o sistema presidencialista não é compatível com a multiplicidade partidária, pois pressupõe um partido majoritário para a formação do governo. Portanto, ele defende a reforma parlamentar como um passo importante para a evolução da democracia brasileira.