Abstract:
Discute as revoluções frequentes na América Latina, particularmente a recente na Bolívia, e aponta a causa principal desse fenômeno: o sistema presidencialista. Ele observa que as revoluções se tornaram uma característica quase rotineira nas Repúblicas latino-americanas, ocorrendo com tanta regularidade quanto chuvas e trovoadas. Para ele, esse comportamento é uma "doença" comum à região, influenciada por fatores culturais e sociais, mas, sobretudo, pelo sistema político adotado. Argumenta que, no sistema presidencialista, onde a mudança de governantes só é possível por meio da força, as revoluções se tornam inevitáveis. Os povos latino-americanos, caracterizados por uma certa inquietação política, não têm outras opções para mudar o poder senão recorrer às armas. Em contraste, em sistemas parlamentares, a queda de um governo pode ser feita por uma simples votação de desconfiança, sem necessidade de violência. A crítica é direcionada aos defensores do presidencialismo, que, ao desconsiderar as crises ministeriais como um mal, acabam por apoiar um sistema que, paradoxalmente, favorece revoluções e golpes de estado. Ele sugere que, caso os países da América Latina tivessem adotado o sistema parlamentarista, a instabilidade política seria resolvida de forma mais pacífica e eficaz, sem recorrer ao uso das armas.