Resumo:
Analisa a questão da multiplicidade de partidos políticos no Brasil, argumentando que a adoção do sistema de representação proporcional não justifica qualquer limitação numérica à organização partidária. Ele aponta que a única restrição natural seria a incapacidade de um partido em eleger um único candidato. Embora o número de partidos seja considerado excessivo, questiona como reduzir essa quantidade sem prejudicar a verdadeira função partidária dentro de um regime democrático. Critica o critério proposto de um mínimo elevado de eleitores para a formação de partidos, destacando que essa medida não está relacionada com a essência dos partidos e suas funções políticas. Observa que a sociedade política possui duas grandes tendências gerais — conservadora e liberal (ou progressista) — que são representadas pelos principais partidos do Brasil, os quais ideologicamente se equivalem e se posicionam no centro. Também ressalta que o socialismo, como uma doutrina universal, tem influenciado a política global há mais de um século e merece o direito de se organizar politicamente, independentemente de alcançar ou não grandes números de eleitores. Ele vê como absurdo a tentativa de suprimir partidos sob a justificativa de que não atingiram um número mínimo de apoio, considerando tal ação um retrocesso democrático. Para Pilla, reduzir os partidos a sindicatos eleitorais enfraquece o próprio sistema democrático.