Resumen:
Trata da crise política que culminou no suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto, destacando que não se trata de uma crise causada diretamente pelo presidencialismo, mas uma crise do próprio sistema presidencialista. Argumenta que o funcionamento defeituoso desse sistema permitiu que as causas da crise se acumulassem e se manifestassem de maneira explosiva. Embora a crise tenha sido resolvida, o autor ressalta que isso não significa que o regime tenha retornado ao funcionamento normal, especialmente devido à persistente crise sucessória que afeta a vida política do país, cada vez mais grave e sem solução aparente. Critica a concentração excessiva de poder na figura da Presidência da República, que, em sua opinião, gera uma luta encarniçada pelo poder. Ele compara o sistema presidencial brasileiro com as antigas monarquias, destacando a falta de equilíbrio que isso causa na política, onde a ambição desmedida por parte dos homens públicos é exacerbada. Sugere que, apesar de existirem homens com boas intenções, o sistema favorece aqueles com ambições egoístas e interesses próprios. Ele conclui que a crise é inerente ao regime presidencialista e suas falhas estruturais, que tornam o processo de sucessão presidencial cada vez mais difícil e perigoso para a estabilidade política.