Abstract:
Analisa a questão da autoridade no governo, particularmente no contexto de uma possível reforma parlamentarista no Brasil. Ele questiona se o Ministro da Guerra deveria ser um civil ou militar, com base no sistema parlamentarista. Segundo Pilla, se o ministro fosse um civil, ele teria pouca ou nenhuma autoridade sobre os chefes militares. Se fosse um militar, deveria ser um general político, com ligação a um partido, o que é uma prática comum em vários países. No entanto, Pilla argumenta que os ministérios militares devem ser, em geral, conduzidos por civis ou por militares afastados da ativa, que se tornariam políticos. Ele destaca que a autoridade de um ministro não decorre da sua capacidade militar, mas da autoridade política do governo que ele representa. Critica a confusão entre autoridade militar e autoridade política que ocorre no sistema presidencialista brasileiro, onde ministros militares acabam sendo contaminados pelas disputas político-partidárias. Ele conclui que, com o sistema parlamentarista, a situação do Brasil melhoraria, não apenas para o país e a democracia, mas também para as forças armadas. Dessa forma, os militares poderiam se dedicar exclusivamente à sua missão, sem se envolver nas contendas políticas, o que seria benéfico tanto para a instituição quanto para o país. O sistema parlamentarista, portanto, poderia reduzir o caudilhismo, seja civil ou militar, que prejudica o funcionamento adequado do governo.
