Resumo:
Pilla comenta a advertência do cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Jaime de Barros Câmara, dirigida aos católicos sobre o seu comportamento cívico diante do processo eleitoral. Sem descer a indicações partidárias ou nomear candidatos, Dom Jaime alerta, com firmeza e discrição, sobre o perigo representado por certos partidos e candidatos ligados ao comunismo, conforme se evidencia em seus discursos públicos e demagógicos. A intervenção da Igreja, segundo Pilla, não visa determinar em quem votar, mas fornecer orientações morais que ajudem os fiéis a decidirem de forma consciente e ética. Pilla defende que essa atitude é mais apropriada do que um envolvimento direto da Igreja na política partidária. A função da autoridade eclesiástica seria, assim, formar a consciência dos fiéis, para que estes saibam distinguir, em sua atuação como cidadãos, o caminho que melhor corresponde aos valores cristãos e ao bem comum. Ele argumenta que não basta um candidato não ser comunista; é necessário também que possua integridade moral e esteja comprometido com os princípios cristãos, especialmente os mandamentos fundamentais: amar a Deus e ao próximo. Reforça que o católico deve votar de acordo com sua fé, rejeitando candidatos desonestos, violentos ou demagogos, mesmo que frequentem a igreja. Sua crítica é um alerta contra a confusão moral e política da época, lembrando que, além do combate ao comunismo, é essencial que o eleitor católico analise o caráter e a conduta dos candidatos à luz da doutrina cristã.