Resumo:
O governador Bias Fortes defende a ideia de um candidato de conciliação para as próximas eleições presidenciais no Brasil, buscando um entendimento entre os dois maiores partidos, o PSD e o FDN. Ele sugere que uma figura de projeção nacional e virtudes poderia garantir ordem, paz e trabalho para o país. No entanto, ele enfrenta várias dificuldades em sua proposta, pois existem vários candidatos com pretensões claras, como Jânio Quadros, Ademar de Barros, João Goulart e o marechal Lott, que dificilmente desistiriam de suas candidaturas para apoiar uma figura conciliatória. Além disso, mesmo que uma figura ideal fosse encontrada, seria difícil gerar consenso em torno dela. O autor também reflete sobre os malefícios das campanhas presidenciais no Brasil, que frequentemente geram crises políticas traumáticas. Exemplo disso são as crises de 1937, 1954 e 1955, que envolveram golpes de Estado e outras instabilidades. Pilla questiona se a proposta de Bias Fortes seria realmente uma solução ou apenas um paliativo que não resolveria o problema estrutural. A verdadeira solução, segundo o autor, estaria em uma reforma constitucional que reduzisse os poderes do presidente e transferisse sua eleição para o Congresso Nacional. Isso evitaria as campanhas presidenciais e as crises subsequentes, estabelecendo um sistema parlamentarista. Este é, na visão do autor, o verdadeiro remédio para os problemas políticos do país.